domingo, 27 de abril de 2014

Pesadelos De uma Família II



D clara odiava a manhã.  As piores horas do dia, dizia sempre. Adorava a bagunça das crianças e o silêncio de seu marido, mas não suportava a solidão. Escutava sempre música alta pela manhã. Sentia-se acompanhada quando escutava dessa forma. Sua música preferida era a gospel. Aquele tipo de música lavava seu espirito toda manhã. Porém seu marido odiava. E naquele dia, para a sua surpresa, seu esposo voltava mais cedo do trabalho.


Entrou e nem sequer deu um bom dia a D Clara. Estava com o rosto pálido e em sua respiração flutuava uma nuvem branca parecendo um gel de barbear. D Clara lhe deu um bom dia, mas só ganhou um rosnado como resposta. Ele entrou resmungando e foi direto para o banheiro. Lá ficou por quase 1 hora. D Clara receou em bater na porta, ele devia estar furioso por pegar D Clara escutando aquelas músicas boboca, como o próprio dizia. Permaneceu por lá mais meia hora, e D Clara já contava uma hora e meia. Já estava preocupada. Será que Francisco havia desmaiado no banheiro? Estava de fato muito estranho, parecia estar enfermo. Ao bater na porta, não obteve resposta. Tornou a bater e nada. Preocupada, bateu na porta violentamente chamando-o pelo nome. Porém o silêncio imperava. Pensou em chamar algum vizinho para lhe ajudar a arrombar a porta quando ouviu uns gemidos de dor. Desesperada, D Clara gritava pelo o nome do seu marido. Decidiu arrombar a porta sozinha. Pegou uma chave de fenda e começou a destravar a fechadura. Depois de muito pelejar, conseguiu abrir a porta. Entrando, viu pegadas de sangue por toda a parede e piso. Pasma com o rastejo, viu no box do banheiro uma nuvem branca fortíssima, era espuma, pensou ela.  Francisco com certeza teria se afogado na banheira após uma hemorragia qualquer. Averiguando a banheira, presenciou a espuma flutuando de forma viva na boca de um gato negro que ali se encontrava no lugar do seu suposto marido. O Gato negro, que não era o de sua filha, jorrou no rosto de D Clara aquele espumoso troço branco. D Clara se virou de costas e tentou correr, mas escorregou no sangue  que havia enlameado o lugar todo. O gato negro ia em direção a D Clara, agora com uma altura soberba. Suas garras afiadíssimas puxavam D Clara pelo o vestido e a arranham suas belas pernas torneadas. D Clara conseguiu se levantar, mas não conseguia correr, estava sendo sugada por aquela criatura horripilante. O animal por fim conseguiu possuir D Clara, lhe arranhou todo o corpo fazendo espirrar sangue por todo o teto do banheiro. D Clara foi ficando débil e inerte no chão banhado por sangue.
Foi quando acordou de seu sono, e olhando para a sua janela, enxergou um gato preto lhe olhando ferozmente.

Por Patrik Santos

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